Santos Enfrenta Desafio Ambiental: Todas as Praias Impróprias para Banho

Viktor Cardoso
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Santos, cidade litorânea de São Paulo, atravessa um momento crítico em relação à qualidade de suas praias. Recentemente, todas as praias da cidade foram classificadas como impróprias para banho, segundo o boletim semanal da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Essa situação desperta preocupações não apenas sobre a saúde pública, mas também sobre os impactos ambientais e as ações necessárias para reverter esse quadro.

A balneabilidade das praias é determinada por análises que verificam a presença de enterococos, bactérias indicativas de contaminação fecal. Quando os níveis dessas bactérias ultrapassam os limites estabelecidos, as praias recebem a classificação de impróprias para banho. Em Santos, fatores como o lançamento de esgoto doméstico e industrial, além das características geográficas da cidade, contribuem para essa situação.

A cidade possui 99% de cobertura de esgoto, com o sistema interligado a um emissário submarino que despeja o material tratado a 4,5 km da costa. No entanto, a CETESB aponta que a balneabilidade das praias santistas também é influenciada pelo volume de efluentes lançados por emissários de outros municípios da Baixada Santista. Além disso, a geografia local, com praias situadas em uma baía conectada ao canal do porto, agrava o problema.

Em resposta a essa situação, a Prefeitura de Santos tem implementado programas e projetos voltados para a melhoria da qualidade da água e a preservação ambiental. O Programa Detecta, em parceria com a SABESP, visa identificar ligações irregulares de esgoto e analisar a água dos canais da cidade. Além disso, barreiras flutuantes com plantas aquáticas foram instaladas nos canais para reduzir a carga orgânica que chega ao mar.

Outro projeto relevante é o Beco Limpo, realizado desde 2021 em bairros como Vila Gilda, São Manoel e Vila dos Criadores. Esse programa qualifica moradores como Agentes Comunitários de Resíduos, promovendo a educação ambiental e a conscientização sobre a importância do descarte adequado de resíduos. Essas iniciativas refletem o compromisso da cidade em buscar soluções sustentáveis para os desafios ambientais enfrentados.

A situação das praias de Santos também destaca a necessidade de uma abordagem integrada entre os municípios da Baixada Santista. A interdependência entre as cidades em relação ao tratamento de esgoto e à gestão de resíduos exige ações coordenadas para garantir a melhoria da qualidade da água e a balneabilidade das praias. A colaboração entre as administrações municipais é essencial para enfrentar esse desafio de forma eficaz.

Além das ações governamentais, a conscientização da população desempenha um papel crucial na preservação ambiental. O engajamento da comunidade em práticas sustentáveis, como o descarte correto de lixo e o uso responsável dos recursos naturais, contribui significativamente para a melhoria da qualidade das águas e a recuperação das praias.

Em conclusão, a classificação de todas as praias de Santos como impróprias para banho é um reflexo de desafios ambientais complexos que exigem ações urgentes e coordenadas. A combinação de políticas públicas eficazes, projetos sustentáveis e o engajamento da comunidade são fundamentais para reverter esse quadro e garantir que as futuras gerações possam desfrutar de praias limpas e seguras.

Autor: Viktor Cardoso

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